domingo, 20 de abril de 2008

Sexto


Em cada gesto, em cada olhar, em cada movimento perdido na rotina de um dia, e mesmo que eu seja obrigada a estar a braços com o silêncio, acompanho-te em cada passo. Abraço-te e aconchego-te no silêncio dos meus gestos, observo-te no escuro a que estou sujeita, ouço-te na surdez dos sentidos que despertas em mim. Minha Pequena.

domingo, 13 de abril de 2008

Quinto


O medo está em todo o lado.
Nas esquinas, nas portas e nas janelas, fechadas ou abertas, no fundo das vielas, escuras ou de um candeeiro só, nos olhares de quem conheces e dos outros que não sabes quem são, no fundo das escadas e no degrau a seguir ao teu, atrás do armário e debaixo da cama, dentro e fora dos carros, das casas, das ruas e das cidades, onde consegues ver tudo e onde não vez nada, onde está escuro e onde está luz demais, onde há silêncio e onde ele já não existe, no que se diz e no que fica por dizer, no que se sabe e no que não se sabe, no que se ama e no que não se pode amar.
Está em ti, é ele que te prende e que te empurra ao mesmo tempo.